"Nossa, você emagreceu, está tão bonita!", "Você está muito gorda", "Vai comer tudo isso mesmo?".
Nossa sociedade idolatra a magreza, associa ela à beleza e faz disso padrão "ideal", inatingível, principalmente para nós, mulheres. A pressão para nos encaixarmos nesse molde de corpo "perfeito" é exaustiva e cruel, a imagem corporal se torna uma obsessão. Não é sobre saúde, não é sobre beleza, é uma patologia, alimentada pela mídia, pela cultura e até por conversas cotidianas que reforçam que o valor feminino está diretamente ligado ao corpo magro.
O impacto disso é devastador. Nós crescemos acreditando que nossos corpos nunca são bons o suficiente, entramos num ciclo de dietas restritivas, exercícios compulsivos e, muitas vezes, distúrbios alimentares. Além da insatisfação e da ansiedade, o que afeta nossa autoestima e nossa saúde mental. Nós somos empurradas a alcançar uma versão idealizada de nós mesmas, muitas vezes ignorando nosso bem-estar e nossa autenticidade.
Até quando os comentários sobre nossos corpos serão aceitos e naturalizados? Até quando vamos nos submeter a essa expectativa doentia? Nossos corpos são muito mais que uma silhueta. Nossa saúde, nossa força, nossa identidade e nosso valor vão muito além do número na balança ou do tamanho da roupa.
Sejamos gentis com nossos corpos, eles são nosso lar. Nossa beleza está na pluralidade, não na conformidade.
Autorretrato feito com base em experiências pessoais sobre o assunto.