Hoje eu estava pensando sobre a Inteligência Artificial e sobre os possíveis reais propósitos dela, da forma como tem sido apresentada a nós. Com o uso da IA, cada vez menos temos de pensar em processos, em caminhos, em possibilidades. A gente entra lá no site (qualquer que seja ele, de IA), coloca algumas diretrizes e ele entrega um “produto” pronto: pode ser uma imagem, um texto, quem sabe até um livro. Parece muito tentador fazer as coisas com tamanha facilidade, mas vamos pensar um pouquinho mais sobre isso?
Nosso cérebro é um órgão, mas ele tem uma “função” muito sensacional: ele pode ser exercitado, como se fosse um músculo. Para isso, precisamos estimulá-lo: ler, escrever, pensar, fazer desafios de memória, com imagens, palavras. Se usamos a IA e cortamos esse processo todo (que seria pesquisar, pensar, resolver desafios etc.), o que isso quer dizer? Que estamos perdendo a capacidade de pensar. Com isso, perdemos também a capacidade de analisar criticamente as situações. E uma mente que não pensa e não consegue fazer uma análise crítica é uma mente facilmente dominável e manipulável.
Então o que está realmente por trás de uma IA que está sendo introduzida nas nossas vidas de maneira que estamos deixando de criar? De maneira que nos atenhamos às funções logísticas e produtivas e não à arte, ao processo, ao pensar? Dominação em massa? Manipulação ideológica? Qual o objetivo de suprimir a arte feita por seres humanos? O que a arte representa na humanidade? Questionamento que eu acho importantes nos fazermos, agora e sempre.
Aqui, nos meus trabalhos, não tem IA, não tem manipulação digital. Tem muito processo, muito pensamento, muita arte feita “na vera”. Tudo o que vocês veem nas minhas fotos realmente aconteceu (e não apenas nas fotos de pintura, que parecem ter sido feitas digitalmente – mas não foram).
Pintura e fotografia por mim. | Modelo: Lara Montenegro.